Zoneamento Agroecológico do Estado do Tocantins

Vegetação Potencial

 

Este trabalho é parte integrante do Zoneamento Agroecológico (ZAE) do Estado do Tocantins, que vem sendo executado pela Embrapa Monitoramento por Satélite em parceria com a Diretoria de Zoneamento Ecológico-Econômico (DZE), da Secretaria de Planejamento (SEPLAN) daquele Estado.

O plano de informação de vegetação potencial faz parte de um banco de dados georreferenciados, disponível para ambientes SGI/INPE e IDRISI, dividido em 25 quadrículas.

Cada uma destas 25 quadrículas apresenta unidades de mapeamento compatível com a escala 1:250.000, totalizando 05 unidades principais (Tabela 1).

 
Tabela1.

Principais Características das Classes de Vegetação Potencial Descritas no Estado do Tocantins

REGIÃO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA: É uma região também conhecida como floresta pluvial tropical. Esta vegetação é caracterizada por macrofanerófitos e mesofanerófitos, além de lianas lenhosas e epífitas em abundância, o que a diferencia de outras classes de formação vegetal. Porém, sua característica ecológica principal reside nos ambientes ombrófilos que marcam muito bem a região florística florestal amazônica. Tal floresta ocorre principalmente na parte noroeste do Estado, onde as temperaturas médias são de 25° C e os altos índices de precipitação bem distribuídos ao longo do ano. Nessas condições, ela pode recobrir diferentes associações pedológicas.

REGIÃO DE FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA: Este tipo de vegetação é considerado como uma área de transição entre a floresta amazônica e as regiões extra-amazônicas. Nessas regiões, a fitomassa e o fitovolume, e por conseqüência o recobrimento, vão diminuindo gradativamente de densidade, advindo daí seu nome. Ocorre em regiões com mais de 60 dias secos por ano e sobretudo em áreas de relevo acidentado. Freqüentemente caracterizam a transição entre o cerradão e a floresta ombrófila densa.

REGIÃO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL: O conceito ecológico desde tipo de vegetação está associado a dois tipos de sazonalidade climática: uma tropical com chuvas intensas, seguida de estiagem acentuada e outra subtropical, sem período seco marcado, porém com seca fisiológica provocada e acentuada pelo frio relativamente intenso. É predominantemente constituída por fanerófitos com gemas foliares protegidas da seca por escamas, tendo folhas adultas esclerófilas ou membranáceas desciduais. Ocorre principalmente em áreas de altitude e/ou situadas no sul e sudeste do Estado.

REGIÃO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL: Esta vegetação é caracterizada por duas estações bem definidas, uma chuvosa seguida de um longo período seco. Ocorre na forma de disjunções florestais, apresentando um estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio. Este tipo de vegetação apresenta grandes áreas descontínuas, localizadas no norte para o sul, entre a Floresta Ombrófila Aberta e a Savana e de leste para oeste, entre a Floresta Estacional Semidecidual e a Savana Estépica (caatinga), onde o caráter decíduo da vegetação é acentuado pela disponibilidade hídrica do substrato.

REGIÃO DAS SAVANAS (CERRADO): É uma região com predominância de vegetação xeromorfa aberta, dominada e marcada por um estrato herbáceo. Ela ocorre em quase todo o Estado, preferencialmente em clima estacional (mais ou menos 6 meses secos), sendo encontrada também em clima ombrófilo, quando obrigatoriamente reveste solos lixiviados e/ou aluminizados. A dinâmica do fogo cumpre um papel importante na manutenção e na expansão desta unidade de vegetação. Existem evidências fitoecológicas que a área ecológica dos cerrados seria menor do que a atual, tendo as populações indígenas, sobretudo pelo uso do fogo, contribuido decisivamente na sua expansão.

 

NOTA EXPLICATIVA

Este plano de informação representa uma visão subjetiva da cobertura vegetal hipotética ou potencial do Estado do Tocantins num cenário de ausência de influência humana. A vegetação potencial do Tocantins apresenta dois vetores maiores de variabilidade: um latitudinal e outro longitudinal. A interação entre fatores como a duração do fotoperíodo, o regime e a intensidade das chuvas, a demanda evaporativa e os efeitos da continentalidade pode ser exacerbada ou atenuada em função do substrato geológico e pedológico, muitas vezes de forma determinante. Os gradientes de vegetação observados na cartografia devem-se mais aos aspectos climáticos, enquanto as gradações são marcados pela natureza do substrato pedológico e pelas características da geomorfologia. Em termos espaciais, o universo vegetacional das savanas predomina no Estado, sendo observadas diversas formas de transição para os vários tipos de vegetação florestal.

 

NOTA TÉCNICA

Plano de informação constituído a partir da interpretação conjugada das seguintes fontes:

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